°Como posso me tornar um doador de órgãos?
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.
OS Pra quem doar?
RECEPTORES SÃO ESCOLHIDOS COM BASE EM TESTES LABORATORIAIS QUE CONFIRMAM
A COMPATIBILIDADE ENTRE O DOADOR E O RECEPTOR. QUANDO EXISTE MAIS DE UM
RECEPTOR COMPATÍVEL, A DECISÃO DE QUEM RECEBERÁ, PASSA POR CRITÉRIOS TAIS COMO
TEMPO DE ESPERA E URGÊNCIA DO PROCEDIMENTO. EM PRINCÍPIO, A FAMÍLIA DO DOADOR
NÃO ESCOLHE O RECEPTOR. NA ESCOLHA DO RECEPTOR, OS MÉDICOS, O CANDIDATO A
TRANSPLANTE E SUA FAMÍLIA LEVAM EM CONTA FUNDAMENTALMENTE OS SEGUINTES
ASPECTOS PARA CONSIDERAR O TRANSPLANTE: TODAS AS TERAPIAS FORAM CONSIDERADAS
OU EXCLUÍDAS? O PACIENTE NÃO SOBREVIVERÁ SEM O TRANSPLANTE? O CANDIDATO A
RECEPTOR NÃO TEM OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE INVIABILIZEM O TRANSPLANTE? O
CANDIDATO TEM CONDIÇÕES PARA ASSUMIR UM ESTILO DE VIDA QUE INCLUI O USO
CONTÍNUO DE MEDICAMENTOS E FREQÜENTES EXAMES LABORATORIAIS/HOSPITALARES
APÓS O TRANSPLANTE?
°QUEM PODE SER DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS.
CERCA DE 1% DE TODAS AS PESSOAS QUE MORREM SÃO DOADORES EM POTENCIAL.
ENTRETANTO, A DOAÇÃO PRESSUPÕE CERTAS CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS QUE PERMITAM
A PRESERVAÇÃO DO CORPO PARA O ADEQUADO APROVEITAMENTO DOS ÓRGÃOS PARA
DOAÇÃO.
É POSSÍVEL TAMBÉM A DOAÇÃO ENTRE VIVOS NO CASO DE ÓRGÃOS DUPLOS. É POSSÍVEL
A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS COMO O RIM, POR EXEMPLO. NO CASO DO
FÍGADO, TAMBÉM É POSSÍVEL O TRANSPLANTE INTERVIVOS. NESTE CASO APENAS UMA
PARTE DO FÍGADO DO DOADOR É TRANSPLANTADO PARA O RECEPTOR. ESTE TIPO DE
TRANSPLANTE É POSSÍVEL POR CAUSA DA PARTICULAR QUALIDADE DO FÍGADO DE SE
REGENERAR, VOLTANDO AO TAMANHO NORMAL EM DOIS OU TRÊS MESES. NO CASO DA
DOAÇÃO INTER-VIVOS, É NECESSÁRIA UMA AUTORIZAÇÃO ESPECIAL E DIFERENTE DO CASO
DE DOADOR CADÁVER.
NÃO EXISTE LIMITE DE IDADE PARA A DOAÇÃO DE CÓRNEAS. PARA OS DEMAIS ÓRGÃOS, A
IDADE E HISTÓRIA MÉDICA SÃO CONSIDERADAS.
°QUEM NÃO PODE SER DOADOR DE ÓRGÃOS E TECIDOS.
NÃO PODEM SER CONSIDERADOS DOADORES PESSOAS PORTADORAS DE DOENÇAS
INFECCIOSAS INCURÁVEIS, CÂNCER OU DOENÇAS QUE PELA SUA EVOLUÇÃO TENHAM
COMPROMETIDO O ESTADO DO ÓRGÃO. OS PORTADORES DE NEOPLASIAS PRIMÁRIAS DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL PODE SER DOADORES DE ÓRGÃOS.
TAMBÉM NÃO PODEM SER DOADORES: PESSOAS SEM DOCUMENTOS DE IDENTIDADE E
MENORES DE 21 ANOS SEM A EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS.
°FILA DE ESPERA
Coração, pulmões, rins, pâncreas, fígado, intestino delgado, córneas, pele, medula óssea, ossos e cartilagens. Somando todos esses órgãos, um único doador pode ajudar até 14 pessoas. Hoje no Brasil, a fila de espera por um órgão ou tecido tem mais de 60 mil pessoas, que podem aguardar até seis anos para chegar sua vez. A situação é delicada para os dois lados. Tanto para quem espera receber um órgão quanto para quem perdeu um familiar e é abordado pela equipe de captação de órgãos.
Apesar de estar entre os melhores do mundo, o Brasil tem uma fila de espera grande e demorada. O problema começa antes da captação dos órgãos e da realização do transplante. “A manutenção de uma pessoa que teve morte encefálica é complicada. É preciso manter o coração batendo à custa de medicamentos para que seja possível utilizar os órgãos em transplantes e muitos hospitais não têm estrutura para isso”.
Segundo o Dr. Ferraz Neto, a quantidade de doadores de órgãos é muito pequena se for considerado o número de pessoas que têm morte encefálica no país. “Nós temos uma subnotificação e subutilização de potenciais doadores”.
Cada hospital, com mais de 80 leitos, deve manter uma comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes. As Secretarias de Estado da Saúde têm uma central de notificação e captação de órgãos. “Nem sempre essas comissões funcionam efetivamente 24 horas por dia, nem têm estrutura e pessoas treinadas para atuar nessa área”, afirma o Dr. Ferraz Neto.
Outro problema que contribui para a fila de espera é a má distribuição das equipes de captação e transplante de órgãos. A maior parte está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. “Os hospitais que têm mais estrutura para a captação e realização dos exames estão aqui porque acompanham o desenvolvimento econômico”.
O Sistema Nacional de Transplantes é controlado pelo Ministério da Saúde, por sua vez, os programas estaduais de transplantes através das Secretarias de Estado da Saúde. “O sistema é totalmente controlado e justo do ponto de vista social em que ninguém passa na frente por questões políticas, econômicas ou raciais. A fila é absolutamente respeitada”.
Para diminuir a fila de espera é preciso melhorar os recursos dos atendimentos de urgência dos potenciais doadores e também a atuação das comissões intra-hospitalares. “Elas precisam ser atuantes e ter uma pessoa para cuidar só disso. Não adianta existir apenas no papel”.
Postado por: Beatriz, Irivaneide, Paula e Ianka.